Athena e Aracne Parte I







Muito se fala que Athena é uma Deusa branda, serena e amante da beleza e da perfeição. Sempe guiada pela sabedoria, prudência, capacidade de reflexão e poder mental. Mas, contavam os antigos que, certo dia, no entando, asssim como o céu claro se turva em nuvens escuras e assustadoras, tbm se turvou o semblante da Deusa.


Havia em Pafos uma mulher conhecida como Aracne - dela provinha grande fama pelo belo dom 
de tecer as mais incríveis artes na tapeçaria. Ela aprimorara o seu dom com o tempo, lapidando a peça rara que estava no manusear dos fios. Até mesmo as linhas sedosas usadas por Aracne eram exepcionais, pois toda a matéria-prima era rigorosamente selecionada, cabendo apenas a mercadores persas e fenícios a honra de fornecê-las. Seus trabalhos eram tão admiráveis que pedidos chegavam dos mais ilustres personagens da história.  Aracne era a mais talentosa fiandeira do lugar e usava os torneios anuais para consolidar a sua fama. Por conta disso, a cada ano diminuía o número de mulheres interessadas em competir.  


Contudo, o que muitas vezes parece ser uma benção na vida de alguns, torna-se facilmente uma maldição. Conforme crescia a fama da tecelã, crescia também a prepotência e a soberba diante dos homens e dos deuses. O trabalho de seus aprendizes passou a lhe servir apenas de pano de trapo, independentemente do esforço ali colocado, do tempo perdido e do amor dedicado. Diante de seus olhos, somente suas próprias obras eram dignas de admiração. Acostumada aos elogios, Aracne não se dava ao trabalho de agradecê-los, muito pelo contrário, adulá-la era um requisito básico para quem desejasse alguma peça feita por tão preciosas mãos.


 - És aprendiz da divina tecelã! Que belo presente o dom que recebeste dela. 
Diziam as bocas que a enalteciam. Mas o que se tratava de um elogio, era para ela a mais terrivel das afrontas. 


 - Ora, mas isso é um absurdo. Nem mesmo a própria Deusa é capaz de tamanha beleza em seus trabalhos. 
Assim decorria em sua mente. Porém, nada dizia e, para não parecer irritada, permitia uma leve risada de desdém. Em sua mente, ela se via então elevada à condição de Deusa das artes manuais, soberana de toda magna Grécia, a dama dos fios de ouro - e outros títulos ainda mais ostensivos .


Muitos foram os dias que Athena placidamente viu-se humilhada por aquela mortal, e nos átrios de sua sabedoria lamentava por tais atitudes. No entanto, conforme a soberba e o orgulho cresciam no coração de Aracne, também crescia a impaciência de Athena. Certo dia, impelida pelos Deuses, Athena resolveu descer e acabar com toda essa arrogância. Primeiro se transformou numa camponesa idosa e bateu à porta da tecelã que atendeu, surpresa. A senhora, muito humildemente disse:


 - Aconselho-a a ser mais discreta minha jovem. Não desafie a honra dos deuses, pois certamente, em algum momento, a ira de algum deles cairá sobre ti. 


 Aquelas palavras, a seu ver, mais pareciam insultos do que conselhos. Cega pela raiva, vociferou: 


 - Que a senhora guarde seus conselhos para as filhas pobres e inúteis que tens. Ora, e que méritos teria eu se devo exclusivamente a ela meus talentos? A nada devo agradecer, se não aos meus anos de esforço e trabalho para chegar a tais resultados. Sou melhor tecelã que ela. Se não, porque então ela evita competir comigo?


Um vento forte e frio de congelar os ossos inundou o lugar, e a voz quase sumida da senhorinha deu lugar a uma voz poderosa e cheia de autoridade:
  
- É esta, então, a idéia que tens de mim, atrevida?!


Disse Athena. E então se desfez do disfarce, surgindo em todo o seu esplendor diante da tecelã e das pessoas que ali estavam. Alguns recuaram assustados, enquanto outros se prostraram diante da Deusa, respeitosos. Aracne, contudo, não se mostrou tão impressionada, continuou de pé com semblante arrogante, encarando a Deusa nos olhos. Nos instantes intermináveis em que o olhar das duas se cruzavam, Aracne se perdia em pensamentos de como desmoralizar a Deusa numa disputa. Como fazer com que as pessoas que se ajoelhavam diante de Athena, no futuro, viessem a se ajoelhar diante dela? Tão logo pensou nisso, propôs o desafio à Deusa e, tamanha era a sua confiança, que assegurou que estava disposta aos seus castigos caso perdesse.

4 comentários:

  1. uhhh, cat fight! ahHAHAha
    brincadeira... qndo tu vai postar o resto? :B

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  2. Poooooois é.... QUANDO????? Sua sádica....
    Mas a estória é demais mesmo! Agora a espera... U_U

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  3. Muuuito massa! Também já estou esperando a próxima parte....

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  4. A próxima parte vai sair logo, prometo. ^_^

    Que bom que gostaram, fico muito feliz por todos os comentarios ansiosos por mais. Isso me dá ainda mais vontade de pesquisar e de escrever.
    Sejam sempre bem-vindas minhas flores. =*
    A casa é de vcs.

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